terça-feira, 30 de junho de 2009

O Acordo Multilateral de Investimentos (AMI) e a Globalização




O Acordo Multilateral de Investimento (AMI) é um acordo internacional que começou a ser escrito em Paris por um grupo de representantes de 29 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) e cinco países observadores. Este documento pretendia ser “uma Constituição de uma economia mundial unificada”.
Desde 1997, quando o texto em discussão foi divulgado, Organizações Não Governamentais (ONG) do mundo inteiro promoveram uma mobilização sem precedentes por entenderem que se trata de uma ameaça aos esforços internacionais de protegerem o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável. De facto o principal objectivo do AMI é tornar o investimento internacional mais fácil e seguro, facilitando a vida das empresas multinacionais, dando-lhes novos direitos e tirando aos governos poder de controlo sobre as acções dos investidores. O país que assinar o acordo tem que permanecer durante pelo menos 5 anos e mesmo que sais os seus compromissos continuarão válidos pelo menos durante mais 15 anos.
Alguns pontos muito lesivos para os países em desenvolvimento podemos realçar os seguintes:
· Os investidores estrangeiros não têm nenhuma responsabilidade ou obrigação, mas têm tratamento igual aos investidores nacionais.
· O Estado não pode impor regras de defesa do interesse público, do interesse nacional ou do emprego.
· São impedidas as expropriações ou nacionalizações de empresas por razões de interesse económico ou social.
· São limitados o direitos sociais dos trabalhadores.
· É assegurada a transferência livre e total para o exterior de todos os lucros e outros valores respeitantes ao investimento
Em face disto, houve grandes movimentos de cidadãos em todo o mundo e a França resolveu retirar-se do Acordo.
O AMI é considerado por muitos como “o fim de qualquer ideia de desenvolvimento nacional e o acabar de qualquer possibilidade de deliberação democrática na política económica” e também “um passo atrás nos Direitos Humanos Internacionais”.

Viver ou não viver ..eis a questão!

As células estaminais são células extraordinárias cujo destino ainda não foi "decidido". Podem transformar-se em vários tipos de células diferentes, através de um processo denominado "diferenciação".
Nas fases iniciais do desenvolvimento humano, as células estaminais do embrião "diferenciam-se" em todos os tipos de células existentes no organismo - cérebro, ossos, coração, músculos, pele, etc.
Os cientistas esperam que as células estaminais humanas possam abrir caminho a novos tratamentos para doenças que de outra forma seriam incuráveis, tais como a doença de Parkinson, doenças cardíacas, doença de Alzheimer, paralisia, acidentes vasculares cerebrais e a diabetes.
Actualmente, as células estaminais são retiradas de embriões humanos apenas alguns dias após a fertilização. Nesta fase, o embrião mede cerca de um quarto do tamanho de uma cabeça de alfinete.
A utilização de um embrião provoca problemas éticos na medida em que se podem ou não já considerar seres humanos mesmo que ainda não estejam formados. Os cientistas esperam poder utilizar, no futuro, células estaminais retiradas de adultos, depois do devido consentimento.
Será a clonagem humana uma opção melhor?
Pegar num ovo não fertilizado e introduzir o seu próprio ADN poderia dar origem a um embrião que seria um clone seu. Caso tivesse, por exemplo, diabetes ou a doença de Alzheimer, este embrião poderia ser utilizado para fornecer células estaminais para o curar. Algumas pessoas pensam que deveriam ter o direito de fazer o que quisessem com o seu próprio ADN, mesmo que fosse para clonagem. Outras acham que isso dará um "empurrão" à clonagem reprodutiva.
É frequente os especialistas em bioética terem em atenção as vantagens e desvantagens. Neste caso, o embrião em si não só é prejudicado, como é eliminado na investigação. Por outro lado, uma pessoa que padeça de uma doença incurável poderia ser curada através das células estaminais originárias desse embrião.
Mas afinal, quem tem prioridade nos direitos? O adulto em fase terminal ou o embrião congelado há quatro dias?
Será que as vantagens da investigação das células estaminais prevalecem sobre os danos que possam vir a ser causados?
Existem outras fontes de células estaminais?
Investigações recentes sugerem que a medula óssea dos adultos poderá conseguir produzir células estaminais.
Será ético centrar a investigação médica na obtenção de células estaminais adultas, se entretanto morrerem pessoas que padeciam de doenças que as células estaminais embrionárias poderiam ter curado?
Deveria a utilização de embriões para células estaminais ser permitida se a medula óssea dos adultos pudesse produzir células estaminais igualmente boas?
Eu penso que a investigação cientifica devia ser explorada no sentido de arranjar um consenso entre todas as possibilidades pois as células estaminais podem ser a cura para muitas doenças que ainda não têm cura, que tragam algumas questões éticas acontece quase sempre em tudo na vida e acaba-se sempre por resolver, só passando por um caso destes de vida ou de morte é que uma pessoa saberia responder se realmente é correcto ou não utilizar células estaminais embrionárias.

O Desporto é definido como uma actividade educativa onde permite o desenvolvimento das suas mobilidades motrizes e psicomotores, contudo, actualmente existe um grande interesse de novas pesquisas sobre qual o treino adequado e as estratégias para auxiliar, tanto técnica quanto fisicamente o atleta, na aquisição de habilidades específicas da modalidade. O objectivo deste trabalho é mostrar o benefício que traz o desporto de alta competição através de aplicação do treino adequado no sentido de preservação do atleta, respeitando a complexidade, variabilidade, diversidade, individualidade e continuidade das actividades
Desde o fim do século XIX, altura em que despontou para o mundo, o desporto competitivo cresceu e sofreu várias transformações conceptuais não havendo dúvidas que hoje, atingiu grandes patamares a nível da ciência. Não há dúvidas também que, o desporto competitivo é uma indústria na qual gravitam milhões de euros.Nos últimos 50 anos o desporto competitivo não só se transformou numa diversão, mas também fez e faz crescer outras áreas da sociedade como a economia e a política interpretando da melhor forma as visões de geopolíticos consagrados. Com uma divisão multipolar do mundo, o desporto mais do que qualquer factor envolve regiões, pessoas e nações, fazendo parte da sua cultura.
É importante também focar o princípio da ética no Desporto, pois, ultimamente, temos verificado frequentemente situações relativas à violência associadas à prática desportiva, para além do uso de doping/drogas, etc.
Tem feito parte do mundo da modernidade a crença na possibilidade e a ambição do estabelecimento de uma ética universalista. Como parte desta tradição, o desporto, no mundo olimpico, tem advogado a existência de "valores éticos fundamentais universais" (IOC,2001:1). Este universalismo pressupôs a construção de uma ética da prática desportiva também universal destinada a transformar o desporto em uma actividade moralmente boa. Neste contexto, a ideia de fair Play como uma codificação de comportamentos tornou-se um ideal dominante e um valor de controle para o desporto moderno. Contudo, na dimensão do desporto de rendimento e do desporto espectáculo, tem ocorrido uma crescente ocorrência do uso de substâncias dopantes no ambiente de alta competição.

segunda-feira, 29 de junho de 2009



ÉTICA E GLOBALIZAÇÃO

O Caso de Madonna no Malawi.

Nos anos recentes, o termo globalização invadiu os meios de comunicação social, devido principalmente, às manifestações ruidosas, algumas delas violentas, organizadas contra as reuniões cimeiras de chefes de Governo dos países industrializados.

A globalização traduz a crescente interligação e interdependência entre os países em resultado da liberalização dos fluxos internacionais de comércio, de capitais, de tecnologias, de informação e do aumento da mobilidade das pessoas que se têm vindo a verificar depois da 2ª guerra mundial.

São vários os factores impulsionadores da globalização de que hoje tanto se fala.

Por um lado, a redução das barreiras aos movimentos internacionais de mercadorias, serviços e capitais que tinham sido erguidas nos anos 30 e a diminuição substancial dos custos de transporte.

As transacções diárias nos mercados cambiais no mundo ultrapassam hoje 3 triliões de euros, trinta e cinco vezes mais do que no princípio dos anos 80.

Por outro lado, a globalização tem sido impulsionada pela redução dos custos de comunicação e difusão de informação e ideias, em resultado dos grandes avanços tecnológicos nos domínios das telecomunicações e informática, com destaque para a Internet.

A nível mundial, a globalização é claramente benéfica para o desenvolvimento e o bem-estar das populações. Alarga o campo de escolha dos indivíduos e promove o desenvolvimento dos mercados financeiros, porque estimula o investimento e a valorização dos recursos humanos.

A grande questão que levanta não é de saber se a globalização é ou não benéfica para o mundo como um todo, mas sim a da equidade na distribuição dos seus benefícios entre os países e entre os indivíduos. É aí que se põe a maior parte dos problemas éticos.

Como os benefícios da globalização não se distribuem equitativamente entre os países, impõe-se uma política redistributiva à escala mundial, dos países mais ricos para os mais pobres.

Primeiro, por uma razão moral. Os habitantes dos países ricos não podem ignorar as condições de extrema pobreza e sofrimento em que vivem as pessoas de alguns países do mundo.
Há países para quem não basta a adopção de políticas correctas para conseguirem colher os benefícios da globalização. São países de rendimento de tal forma baixo, principalmente na África Sub-sahariana, com uma dotação de factores físicos e humanos extremamente débil, ou com um nível de endividamento insustentável que os impede de vencerem a “armadilha da pobreza” em que estão apanhados sem uma ajuda extraordinária dos países mais ricos.

Vejamos por exemplo o caso de adopção de Madonna no Malawi:

Não é eticamente aceitável que a Suprema Corte do Malaui tenha aprovado o pedido de Madonna de adopção de uma segunda criança do país, contrariando a decisão judicial de um tribunal inferior, alegando o bem superior da criança. Esta será a segunda vez que a cantora adopta uma criança no país, sob fogo de organizações locais que alegam que a lei do Malawi (sul de África), só permite a adopção a quem more no país. No entanto, neste caso em particular, o Tribunal de Apelações indicou que a exigência de residência é uma barreira "arcaica", que não pode impedir a adopção.

O Governo do Malawi foi muito criticado por grupos de direitos humanos, depois de ter permitido a adopção de David Banda, o menino do Malawi também adoptado por Madonna em 2006. As organizações acusaram o Governo de abrir excepções à lei, que proíbe a adopção por estrangeiros ou não residentes, bem como de ter dado tratamento especial à Madonna.

Segundo o juiz presidente do Tribunal do Malawi, a cantora mostrou interesse em ajudar os órfãos do país e a menina de quatro anos, Mercy James, terá uma vida melhor com a cantora do que se permanecer no Malawi, alegando que o facto da cantora não residir no país não se pode sobrepor ao bem estar da criança. “Ela terá mais afecto e bem-estar do que aquele que é proporcionado no orfanato que a recebeu depois de também ter perdido a mãe. Permitimos por isso a adopção”.

Para a associação “Eye on Child”, a lei do Malawi foi feita para evitar o tráfico de crianças, e abrir uma excepção pode criar um mau precedente. Vítima de um cenário epidémico de sida, o Malawi tem muitos órfãos deixados pela doença sem família nenhuma que os possa acolher. O facto de Madonna ter criado no país um fundo para ajudar estes órfãos da sida, com a fundação “Raising Malawi” também terá contribuído para esta autorização do processo de adopção.

James Kambewa, o pai da menina de 4 anos Mercy James, originalmente disse que era contra a adopção, mas no fim só disse:
"Peço à Madonna que se certifique que enquanto a criança crescer, ela saiba de mim enquanto seu pai biológico... ela realmente precisa saber que enquanto ela está longe, o seu pai ainda está vivo."

Num mundo cada vez mais integrado e interdependente alarga-se o âmbito de aplicação dos princípios éticos que devem guiar a acção dos indivíduos. Todos, em certa medida, somos responsáveis pelas injustiças que grassam no mundo. Os eleitores dos países ricos deviam pressionar mais os políticos nacionais a adoptarem políticas compatíveis com a erradicação da extrema pobreza no mundo.

A minha opinião:

Do ponto de vista ético, o que me parece mais grave é confirmar que nestes países, o facto de se ser rico, uma personalidade ou estrela de Hollywood, permite quebrar leis mais prementes e ultrapassar princípios de uma cultura que para outros que não tivessem o mesmo estatuto, o desfecho não seria tão risonho.
É verdade que Madonna criou naquele país, um fundo para apoiar crianças com sida, o que poderá significar um grande investimento até de carácter económico para o país, no entanto, pergunto-me porque não o terá feito em Londres ou Nova York onde reside habitualmente? Decerto haverá muitas crianças também necessitadas.
Gostaria de acreditar que estes actos são de natureza e sentimentos nobres e não porque desta forma o mediatismo das estrelas será ainda maior.

domingo, 28 de junho de 2009

Ética e Globalização

"Problemas Éticos decorrentes do Transplante de Orgãos"

Os transplantes reflectem questões éticas relativas à experimentação no corpo humano , às decisões políticas relacionadas com a saúde, e, em sentido mais amplo questionam os limites do conceito da dignidade humana. Deste modo, existe pois um conjunto de três princípios gerais, nos quais, se incorporam intimamente as questões dos transplantes. O princípio da intangibilidade corporal, que reflecte a pertença do corpo à identidade pessoal, e como tal, merecedor da dignidade e da indisponibilidade inerente à pessoa humana. Desta forma, qualquer intervenção na integridade corporal é simultaneamente uma intervenção na integridade pessoal. O princípio da solidariedade, que defende que, sendo o homem um ser eminentemente social e portador da possibilidade de fazer um conjunto de sacrifícios em função do bem da comunidade, que dentro destes sacrifícios devem incluir-se as dádivas de órgãos. Desde que estas não impliquem comprometimento da integridade vital. O princípio da totalidade, acredita que sendo o corpo um todo, cada parte do mesmo deve ser avaliada de acordo com o todo. E por isso, cada parte (membro, órgão ou função) pode ser sacrificada em função do corpo, desde que isso seja útil para o bem-estar de todo o organismo. Dentro destes três princípios gerais, insere-se um conjunto de princípios específicos, que se prendem com a medicina das transplantações. Assim, de acordo com o princípio da autonomia, a colheita de tecidos ou órgãos tem de passar pelo consentimento do doador e do receptor. Em ambos os casos, este apresenta-se como um consentimento informado. O indivíduo tem a capacidade de decidir qual a informação, que quer manter em anonimato, regendo-se por o princípio da confidencialidade. Através do princípio da gratuidade, o órgão ou tecido apenas poderá ser dado e nunca vendido. Uma vez que este não é um objecto manipulável, mas é antes algo dotado de individualidade própria. Inerente ao conceito de dignidade da pessoa humana, não existe transplantação do encéfalo (embora exista de tecidos cerebrais), bem como dos órgãos sexuais. Isto porque, estas duas situações parecem pisar a fronteira da identidade. Sobretudo, no que diz respeito ao cérebro, em que se preserva a memória da vida, e por isso mesmo se assegura em última instância a individualidade. Por fim, tem de se atender ao princípio da não discriminação, em que a selecção dos receptores só pode ser feita mediante critérios médicos. Relativamente à avaliação moral das transplantações, no que diz respeito às transplantações auto plásticas, estas não oferecem qualquer problema moral desde que seja respeitado o princípio da totalidade. Da mesma forma as transplantações heterólogas são lícitas desde que não impliquem alterações da personalidade. Nas transplantações homoplásticas, não se levantam problemas éticos, quando apenas se trata de uma parte do corpo que não afecta substancialmente o organismo nas suas funções. Porém, quando se trata de doações de órgãos inteiros, o problema assume maior complexidade. Assim, deve assegurar-se que o doador o faça em plena liberdade e devidamente informado dos possíveis riscos, e que as funções essenciais não sofram graves danos. Finalmente, nas transplantações heteroplásticas, deve-se ter em conta, os riscos de alteração da personalidade que pode ocorrer no receptor. Pelo que a identidade da pessoa prevalece sobre qualquer utilidade que possa ter a transplantação.

ÉTICA, GLOBALIZAÇÃO E COMPETITIVIDADE.


A ética está na moda. Casos como a Enron, o Barings, e mais recentemente Bernard Madoff trouxeram este tema para o topo das preocupações dos accionistas. E com razão, pois a globalização assim o exige.
Com a globalização, as empresas que, como estas, viram as suas “pequenas malandrices” nas primeiras páginas dos jornais sofreram fortes quedas na sua cotação bolsista. Os “fundos éticos”, que incluem critérios de sustentabilidade na escolha do seu ‘portfolio’, não são motivados por uma missão moralizadora dos mercados financeiros – querem é assegurar-se que não têm uma destas bombas -relógio em carteira.
O desempenho ético das empresas é muito importante para os accionistas e para a economia em geral, mas infelizmente a sua relevância para os gestores é menos clara.
Apesar dos muitos estudos que tentaram encontrar uma relação entre comportamento ético e resultados comerciais e financeiros, na realidade há inúmeros casos de empresas com práticas que roçam a ilegalidade e que mesmo assim não sofreram muito com isso – uma das principais marcas mundiais de refrigerantes e uma das maiores multinacionais de roupa desportiva são prova disso. Nas carreiras individuais dos gestores parece mesmo que a falta de ética é o caminho mais rápido para o sucesso global.
Se nos libertarmos da obsessão vã de provar uma relação entre moralidade e resultados é fácil encontrar uma justificação competitiva para que os gestores se preocupem com as principais causas de comportamento ético: as “pequenas malandrices” dos seus colaboradores são um pré-aviso de problemas competitivos no futuro. Os incentivos são o exemplo mais interessante já que são a explicação mais popular para o comportamento não ético e, ao mesmo tempo são um importante indicador do alinhamento estratégico da empresa.Premiar objectivos diferentes em vez de um só torna as práticas pouco éticas menos prováveis e mais difíceis. É mais fácil e mais tentador inventar vendas falsas se os incentivos apenas premiarem as vendas do que se também premiarem o índice de satisfação dos clientes e as vendas repetidas. Se a remuneração dos colaboradores estiver alinhada com os restos dos parâmetros da organização, as “pequenas malandrices” também são mais prováveis. Uma empresa que recrute pessoas orientadas para as vendas, que forme os seus vendedores em técnicas de venda agressivas e que pague apenas com base no valor das vendas terá mais probabilidade de comportamento não ético do que uma que recrute vendedores com elevada orientação para o cliente, que aposte na formação em venda consultiva e que pague com base no valor das vendas.
A única solução parece ser apelar aos valores morais dos líderes e tornar a gestão ética como um objectivo pessoal.
Mas será isso possível nos dias de hoje onde as pessoas, accionistas e empresários só vislumbram o lucro nos seus horizontes?

“ Alguns Aspectos da Legislação sobre o processo de adopção.”




Começando por descrever a adopção, podemos dizer que é o vínculo legal que, à semelhança da filiação natural, mas independentemente dos laços de sangue, se estabelece entre duas pessoas. A adopção só pode constituir-se por meio de sentença judicial proferida em processo próprio que decorre no Tribunal de Família e Menores.
Face à lei portuguesa, existem dois tipos de adopção: a adopção plena e a adopção restrita. Os principais traços de cada uma delas são os seguintes:

Adopção Plena

  • O adoptado adquire a situação de filho do adoptante, integrando-se na sua família, extinguindo-se as relações familiares entre a criança e os seus pais biológicos;
  • O adoptado perde os seus apelidos de origem;
  • Em determinadas condições, que são avaliadas pelo juiz do processo, o nome próprio do adoptado pode ser modificado pelo tribunal, a pedido do adoptante;
  • Não é revogável, nem mesmo por acordo das partes, ou seja, uma vez realizada a adopção, o processo não é reversível;
    Os direitos sucessórios dos adoptados são os mesmos dos filhos biológicos.

Adopção Restrita

  • O adoptado conserva todos os direitos e deveres em relação à família natural, salvas algumas restrições estabelecidas na lei;
  • O adoptante poderá despender dos bens do adoptado a quantia que o tribunal fixar para alimentos deste;
  • O adoptado pode receber apelidos do adoptante, a requerimento deste, compondo um novo nome, em que figure um ou mais apelidos da família natural;
  • Este tipo de adopção pode ser revogado se os pais adoptivos não cumprirem os seus deveres, e também pode ser convertido em adopção plena, mediante requerimento do adoptante e desde que se verifiquem as condições exigidas.

Quem pode ser adoptado?

Quer na adopção plena, quer na adopção restrita, em princípio só podem ser adoptados menores com idade inferior a 15 anos. No entanto, a lei permite que se realize a adopção de menores com idade igual ou superior a 15 e inferior a 18 anos, se não forem emancipados e tiverem sido confiados aos adoptantes ou a um deles com idade não superior a 15 anos, ou se forem filhos do cônjuge do adoptante. A idade a ter em conta é a que o menor tiver à data da entrada do processo de adopção no Tribunal competente.

A legislação portuguesa prevê a adopção de crianças por indivíduos casados ou por singulares com mais de 30 anos que cumpram uma série de critérios.
A Inglaterra e o País de Gales aprovaram em Dezembro último uma lei que autoriza os casais não casados ou homossexuais a adoptar crianças. Também a Espanha e a Suécia aprovaram uma lei que permite a adopção de crianças sem restrições. A Holanda, o país pioneiro na matéria, adoptou um texto legal em 2001 que permite aos casais do mesmo sexo adoptar crianças (apenas de nacionalidade holandesa). A Dinamarca, o primeiro país do mundo a autorizar a união entre homossexuais (em 1985), autoriza a adopção de crianças por casais do mesmo sexo, mas apenas na situação em que a criança seja filha de um dos membros do casal, nascida de relações anteriores. Apenas seis países europeus permitem explicitamente a adopção de crianças por casais do mesmo sexo: Bélgica, Islândia, Holanda, Suécia, Espanha e Reino Unido (apenas Inglaterra e País de Gales).

A adopção internacional é um processo que se caracteriza por se desenrolar entre dois Estados (estado de origem e estado receptor da criança).Tal como na adopção nacional, num processo de adopção internacional, os interessados têm necessariamente que ser sujeitos a um processo de avaliação prévia no país da sua área de residência (em Portugal essa competência está atribuída aos serviços distritais da segurança social. No caso dos residentes na cidade de Lisboa, a competência é da Santa Casa da Misericórdia).

Após concluída esta primeira fase compete à autoridade central em matéria de adopção internacional proceder ao envio da candidatura para o país de eleição dos candidatos.Os processos de adopção internacional têm custos que variam de país para país, incluindo, nomeadamente, as viagens, estadia e, eventualmente, honorários ao advogado nos países em que a sua constituição é obrigatória.Os candidatos à adopção internacional, para além dos requisitos legais exigidos pela legislação do país em que residem, têm de preencher os requisitos exigidos pelo seu país de eleição.A adopção internacional não é apenas um processo jurídico-burocrático, a adopção internacional envolve um espírito de receptividade à multiculturalidade (etnia da criança, cor, língua, hábitos e costumes do país de origem da mesma).


Manifesto da Associação Espanhola dos Profissionais para a Ética

Perante a intenção do Governo espanhol em reformar o Código Civil e permitir a adopção de crianças por parte de casais do mesmo sexo, a Associação dos Profissionais para a Ética apresentou ao governo um manifesto intitulado “As crianças têm direitos”. O documento é assinado por mais de mil profissionais entre juristas, médicos de família, psiquiatras infantis, psicólogos, pedagogos, professores e agentes sociais, para defender os direitos da criança, e opor-se à possibilidade da sua adopção por casais homossexuais Os especialistas afirmam que a adopção visa oferecer aos menores um lar estável e adequado ao seu crescimento, um ambiente que substitua, o melhor possível, o pai e a mãe biológicos que a criança perdeu. Segundo a experiência profissional, desde os primeiros meses de vida as crianças elaboram as figuras do pai e da mãe, independentemente do facto de não conhecerem os seus pais biológicos. Afirma-se também que a legislação espanhola estabelece que o regime jurídico da adopção se funda nos princípios de integração da criança em uma família, priorizando o bem-estar do menor adoptado; e que não existem estudos científicos rigorosos sobre as consequências da adopção por parte de casais homossexuais sobre os menores. Em função de tais princípios, os profissionais que assinam o manifesto afirmam: as crianças têm direito a possuir um pai de sexo masculino e uma mãe de sexo feminino; as crianças adoptadas têm direito de integrar uma família semelhante à natural; as crianças têm direito de crescer em um ambiente que lhes permita desenvolver sua personalidade física, intelectual e moral; as crianças têm direito de não ser discriminadas nem submetidas a experiências traumáticas e a crescer com as mesmas condições e oportunidades de seus companheiros, que têm um pai e uma mãe.

Uma criança é uma criança em qualquer parte do mundo.

Paulo Sena

Ética e globalização



Texto de referência ao tema:

«Independentemente do lugar onde vivemos ou de quem somos, quando se liga o ecrã do nosso televisor ou do nosso computador, vemo-nos mergulhados no mundo da comunicação global. Estamos ligados. Mas ligados a quê? (...)
A globalização é uma transformação do mundo que conhecemos, mas é também um estado de transição que rompe com as nossas formas de conhecer o mundo em que vivemos. (...)
Na minha opinião, a globalização tem de começar necessariamente no nosso país. Para que possamos medir correctamente o progresso global, é preciso que comecemos por avaliar como lidam as nações em vias de globalização com "a diferença interna" - os problemas da diversidade cultural e da redistribuição, bem como os direitos e as representações das minorias. (...)
Um exemplo do cosmopolitismo pós-colonial à escala global é o que cada vez mais é conhecido como a "metáfora indiana" - ou seja, a forma como a experiência da Índia contemporânea rapidamente está a ser transformada num modelo, até mesmo numa metáfora, para a vida e o trabalho no mundo global da actualidade (Tom Friedman).
Falar da metáfora indiana numa época de globalização é reconhecer os processos de transferência - financeira, cultural, mediática e de mercados -, bem como o processo de transformação - o questionamento da soberania nacional, as ambiguidades das leis e convenções internacionais, a hibridização das culturas, as complexidades da governação global. (...)

(...) a dúvida global é uma componente essencial da ética humanitária e das políticas de inclusão, componente essa que "proporciona uma noção de pertença que leva muita gente a pôr em causa aquilo que considera ser uma injustiça que divide a população mundial". (...) A "dúvida" é (...) uma prática social que consiste em questionamento próprio, inteligência crítica, decisão ético-política e interlocução social. É o processo pelo qual testamos as condições da verdade e as consequências práticas, pragmáticas, dos nossos actos como intervenientes no mundo. A dúvida global é crucial para a nossa noção do que está em causa quando nos afirmamos actores globais. (...)
A Insatisfação é a capacidade de compreender que, para podermos aspirar à transformação ética e equitativa do mundo global em que vivemos, sistemática e incansavelmente teremos de "regressar" às condições sociais e históricas daqueles que se encontram no domínio da morte social - os excluídos, os marginalizados, os desprovidos. (...) a liberdade é um valor político que exige um esforço constante e uma vigilância permanente para a manutenção da sua dimensão moral, do seu impulso gerador de vida. A liberdade faz aposta com o futuro, embora recusando-se a esquecer o passado. (...)
É importante recordar que a porta da História não está aberta nem fechada. Situamo-nos no limiar entre a civilização e a barbárie, entre a guerra e o progresso. Temos de observar com coragem e honestidade as diversas paisagens do mundo contemporâneo que é o nosso para podermos prosseguir caminho. Não podemos perder nunca a grandiosa capacidade humana de manter a esperança a todo o custo, ainda que os ventos de mudança soprem com violência contra a porta da História e contra a nossa morada humana.»

Excertos de: Homi K. Bhabha, Ética e Estética do Globalismo: Uma Perspectiva Pós-Colonial


Actividade

- Após leitura atenta do texto acima transcrito, elabore a sua reflexão sobre o tema "Ética e Globalização". Na sua abordagem, deve considerar os sub-temas debatidos ao longo das aulas.


Bom trabalho!




Imagem: pintura de Johannes Vermeer
(1632-1675)

terça-feira, 16 de junho de 2009




A palavra "EUTANÁSIA" é composta por duas palavras gregas ― "eu" e "thanatos" ― e significa, "uma boa morte". Na actualidade, entende-se geralmente que "eutanásia" significa provocar uma boa morte ― "morte misericordiosa", em que uma pessoa acaba com a vida de outra pessoa para benefício desta. Duas das doenças que levam os pacientes a procurar a Eutanásia são a esclerose lateral amiotrófica ou a doença pulmonar obstrutiva crónica. Estamos a falar de pessoas que já sabem que vão morrer. É tudo uma questão de semanas, ou de meses. Mas, até lá, vão ter de ficar confinadas a uma cama, sem conseguir mexer qualquer membro do corpo, sem conseguir emitir qualquer som que se perceba, sem conseguir mastigar ou engolir, sendo alimentadas através de sondas, respiram através de máquinas, em grande sofrimento e com plena consciência.A única opção que resta a estas pessoas é ver a vida prolongada sem que a possam viver minimamente. Por muito que tenham uma família fantástica, sempre presente e positiva, bem como cuidados médicos espantosos, a vida não vai melhorar nunca, nem o sofrimento acaba ou diminuir. Mas será que isso é motivo para escolher avançar com a Eutanásia? Na minha opinião é sem duvida um grande motivo, tendo em conta que essas pessoas não passam de simples seres em estado vegetal e apenas sobrevivem com a ajuda de máquinas.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

eutanásia


” A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda."


Juramento de Hipócrates

Quem argumenta a favor da eutanásia, pensa que esta seja um modo de evitar a dor e o sofrimento de pessoas com doenças em fase terminal ou sem qualquer qualidade de vida.
Esta maneira de pensar defende o direito individual de escolher a sua vida e o momento da própria morte. Neste caso o direito individual está acima do da sociedade que, nas suas leis e códigos visa proteger a vida. Os que argumentam a favor da eutanásia não defendem a morte, mas apenas a possibilidade de esta ser escolhida, por parte de quem pensa que ela é a sua melhor opção. Esta escolha não pode ser irreflectida. Têm que ser avaliados muitos aspectos para garantir que o indivíduo não está ser sofrer influências exteriores à sua vontade e que não se vai arrepender.Há muitos tipos de argumentos contra: religiosos, éticos, políticos e sociais.Do ponto de vista religioso a Eutanásia é considerada como uma usurpação do direito à vida humana, que tem carácter sagrado.
Do ponto de vista da ética médica, o médico, que fez o juramento de Hipócrates, não pode decidir da vida ou morte de alguém. Existem alternativas à morte assistida como sejam os cuidados paliativos e o tratamento da dor.
Do ponto de vista social e político, a aceitação da eutanásia poderia levar herdeiros, com interesses económicos, a recomendar a eutanásia de uma forma abusiva ou ela ser usada com objectivos ilícitos como seja o tráfico de órgãos.Há ainda a imprevisibilidade do tempo de uma vida e a possibilidade de erros de diagnóstico que poderiam levar a mortes precoces em vão.

domingo, 14 de junho de 2009

Eutanásia, sim!


A Eutanásia é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida por um especialista.
A Eutanásia representa actualmente uma complicada questão de bioética e biodireito, pois enquanto o Estado tem como princípio a protecção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde desejam dar um fim ao seu sofrimento antecipando a morte.
A questão da prática da Eutanásia levanta também uma questão moral e religiosa. Não é suposto morrermos "naturalmente" e não por "acção Humana"?
É verdade tudo isso mas também é verdade que existem pessoas ligadas a máquinas sem qualquer vontade de viver pois para além da sua extrema dependência para tudo vivem em constante sofrimento e agonia por verem e não sentirem qualquer tipo de prazer em viver.
Será um desrespeito pela vida humana ajudar uma pessoa a acabar com um sofrimento constante? Julgo que não, acho sim que é respeitar e dar alguma digninidade que é fundamental para todas as pessoas.

"Os direitos humanos são a expressão directa da dignidade da pessoa humana" (direito de escolha)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

EUTANÁSIA/DISTANÁSIA. SIM OU NÃO?



EUTANÁSIA
A palavra "EUTANÁSIA" é composta de duas palavras gregas ― "eu" e "thanatos" ― e significa, literalmente, "uma boa morte". Na actualidade, entende-se geralmente que "eutanásia" significa provocar uma boa morte ― "morte misericordiosa", em que uma pessoa acaba com a vida de outra pessoa para benefício desta. Este entendimento da palavra realça duas importantes características dos actos de eutanásia. Primeiro, que a eutanásia implica tirar deliberadamente a vida a uma pessoa; e, em segundo lugar, que a vida é tirada para benefício da pessoa a quem essa vida pertence ― normalmente porque ela ou ele sofre de uma doença terminal ou incurável. Isto distingue a eutanásia da maior parte das outras formas de retirar a vida.

DISTANÁSIA

A distanásia (do grego “dis”, mal, algo mal feito, e “thánatos”, morte) é etimologicamente o contrário da eutanásia. Consiste em atrasar o mais possível o momento da morte usando todos os meios, proporcionados ou não, ainda que não haja esperança alguma de cura, e ainda que isso signifique infligir ao moribundo sofrimentos adicionais e que, obviamente, não conseguirão afastar a inevitável morte, mas apenas atrasá-la umas horas ou uns dias em condições deploráveis para o doente.

SIM OU NÃO?

Em minha opinião, a eutanásia deverá estar ao alcance das pessoas que em resultado de doença, não tenham uma qualidade de vida minimamente aceitável, limitando-se a medicina a atenuar o seu sofrimento, sem qualquer hipótese de melhoria ou cura. Ou seja se o estado for irreversível, então poderemos pensar em aliviar o sofrimento dessa pessoa e das respectivas famílias, embora essa decisão deva ser tomada dentro por alguém com essa "capacidade" e respeitando as leis que deverão ser muito bem elaboradas.

UM CASO...

"Theresa Marie (Terri) Schindler-Schiavo, de 41 anos, teve uma paragem cardíaca, em 1990, talvez devido a perda significativa de potássio associada a Bulimia, que é um distúrbio alimentar. Ela permaneceu, pelo menos, cinco minutos sem fluxo sanguíneo cerebral. Desde então, devido a grande lesão cerebral, ficou em estado vegetativo, de acordo com as diferentes equipas médicas que a trataram. Após longa disputa familiar, judicial e política, foi-lhe retirada a sonda que a alimentava e hidratava, tendo vindo a falecer em 31 de Março de 2005.
O Caso Terri Schiavo tem tido grandes repercussões nos Estados Unidos, assim como noutros países, devido a discordância entre seus familiares na condução do caso. O esposo, Michael Schiavo, desejava que a sonda de alimentação fosse retirada, enquanto que os pais da paciente, Mary e Bob Schindler, assim como seus irmãos, lutaram para que a alimentação e hidratação fossem mantidas. Por três vezes o marido ganhou na justiça o direito de retirar a sonda. Nas duas primeiras vezes a autorização foi revertida. Em 19 de Março de 2005 a sonda foi retirada pela terceira vez, permanecendo assim até a sua morte. Este caso tem sido relatado na imprensa leiga como sendo uma situação de eutanásia, mas pode muito bem ser enquadrado como sendo uma suspensão de uma medida terapêutica considerada como sendo não desejada pela paciente e incapaz de alterar o prognóstico de seu quadro."

segunda-feira, 1 de junho de 2009





EUTANÁSIA - A MINHA OPINIÃO

Após várias pesquisas que tive que fazer para este trabalho e após reflexão exaustiva, considero a eutanásia como uma prática terapêutica, como uma forma de evitar o sofrimento quando a vida não tem mais sentido, quando não se dispõe de “qualidade de vida”.
Quando desligar a máquina?
A alimentação e a hidratação devem ser suspensas quando são inúteis para o doente. Além de inúteis, podem ser prejudiciais. Está-se a dar ao doente uma comida que ele não vai poder digerir, nem absorver. Neste caso, ainda é pior, a alimentação vai matá-lo mais depressa.
Mas esta decisão não é fácil de tomar nos casos concretos. É importante que tenhamos em mente que o ser humano deve ser respeitado nas suas potencialidades individuais.
Ninguém tem o direito de decidir sobre a vida ou a morte, mas é indispensável que as pessoas estejam completamente informadas sobre outras formas de alívio do sofrimento que não impliquem a eutanásia, como por exemplo os cuidados paliativos que tratam o sofrimento na vertente física, psíquica, social e emocional.
Há pessoas que têm outro tipo de sofrimento que não passa pelo aspecto físico e poderão necessitar de outro tipo de apoios, mas é fundamental que sejam esclarecidas acerca dos meios que têm ao seu dispor. Assim, sou a favor do cuidado domiciliário, pois considero que o sítio apropriado para a pessoa morrer é em casa, rodeada pelas pessoas que gostam dela e lhe dão conforto e carinho, pelas suas coisas, a ler os seus livros, a ouvir a sua música.
Também fiquei a saber que existem grupos de pressão interessados em legalizar a eutanásia por motivos de natureza económica, por quem paga os cuidados de saúde. Por isso as companhias de seguros estão interessadas na sua legalização.

Para terminar, penso que a mais recente notícia de que o projecto de lei do PS sobre os direitos dos doentes à informação e ao consentimento informado (testamento vital), já foi aprovado no Parlamento, PSD e CDS votaram contra, criticando o projecto por ser um passo para a eutanásia.
Temos que ver o que acontece no futuro, uma vez que as leis que contornam esta possibilidade são tão complexas e controversas, que na prática ficamos na mesma.
Uma coisa é dizer, em momentos de desespero, que se deseja a morte, e isto é um sentimento humano. Outra coisa é decidir morrer…

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Questão da Eutanásia

Nos dias de hoje, a Eutanásia é um facto presente na vida de todos nós. A verdade é que nunca estamos à espera que nos aconteça a nós tal situação, mas temos que a ter em consideração. Na minha opinião pessoal, acho importante rever-se esta questão da Eutanásia. Nos dias que correm, esta é muito falada e criticada. Existe quem a defenda e quem se oponha com "unhas e garras". Isto deve-se muito à religião, pois esta, infelizmente, tem um enorme peso na vida das pessoas crentes.

Pessoalmente, eu sou de acordo com a Eutanásia. Penso que, desde que se saiba cientificamente que já não existe actividade cerebral, que deve puder-se escolher entre viver (sobreviver), ou pôr um termo à vida. A meu ver, não faz sentido estar ligado a máquinas, sabendo que não há qualquer esperança de melhoras.

A verdade é que os médicos devem lutar pela vida das pessoas até ao último fôlego, mas muita das vezes, torna-se complicado, pois são eles que têm a vida das pessoas nas suas "mãos", e sentem a responsabilidade toda sobre si.

Acho importante rever-se esta questão, a Eutanásia, nem que isso signifique rever-se vezes sem conta. A vida do ser Humano deve ser respeitada ao máximo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"O Médico deve guardar respeito pela vida humana desde o seu início."





Não fará a morte também parte do que se pode considerar vida Humana? Desde o momento do nascimento o Homem tem como certa a mortalidade, nesse caso não deveria essa etapa final da vida Humana ser passada de uma forma mais "suave", quando o sofrimento é inultrapassável e não há possibilidade de sobrevivência?

Há, no entanto,algumas questões que gravitam em torno deste tema e que não são devidamente comentadas, como sejam os cuidados paliativos e a "pseudo-eutanásia" que sempre se praticou nos hospitais.

Em Portugal, infelizmente, a saúde no que toca aos cuidados paliativos ainda é muito arcaica, poucos são os hospitais que se debruçam verdadeiramente nessa área, já para não falar dos mesmos a nível domiciliário, o que é practicamente inexistente.
Se esses cuidados fossem utilizados com mais regularidade muitas pessoas poderiam ter uma morte digna, com muito menos sofrimento, o que por sua vez iria diminuir os casos de eutanásia.
A falta de recursos económicos leva muitas pessoas a ter uma morte miserável, tanto nos hospitais como em casa. No entanto, muitas clínicas e hospitais particulares já praticam este tipo de serviços a alguns afortunados cidadãos que têm possibilidades financeiras para os suportar.
Nesse caso pode dizer-se que, infelizmente, o direito a uma morte digna está apenas ao alcance de uma pequena fatia da população quando deveria ser usufruida por todos.

Outra questão é a eutanásia que já se pratica nos hospitais, quando os médicos decidem não prolongar a vida com tratamentos que consideram desnecessários, ou desligam suportes de vida quando entendem não haver reversibilidade no estado do doente.
Talvez seja uma eutanásia camuflada, mas não deixa de ser eutanásia.

Em última análise e esgotando todas as possibilidades de alívio de dôr ou indignidade, a eutanásia deveria ser legalizada, deixando a cada um a possibilidade de escolher a forma de morrer, num gesto de misericórdia para com o sofrimento humano.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Deontologia médica: a problemática da Eutanásia

No actual Código Deontológico dos Médicos, pode ler-se o seguinte:

Artigo 47.º (Princípio Geral)

«1. O Médico deve guardar respeito pela vida humana desde o seu início.

2. Constituem falta deontológica grave quer a prática do aborto quer a prática da eutanásia.

3. (...)

4. Não é também considerada Eutanásia, para efeitos do presente artigo, a abstenção de qualquer terapêutica não iniciada, quando tal resulte de opção livre e consciente do doente ou do seu representante legal, salvo o disposto no artigo 37.º, nº1.»

Artigo 49.º (Dever da abstenção da terapêutica sem esperança)

«Em caso de doença comportando prognóstico seguramente infausto a muito curto prazo, deve o Médico evitar obstinação terapêutica sem esperança, podendo limitar a sua intervenção à assistência moral do doente e à prescrição ao mesmo de tratamento capaz de o poupar ao sofrimento inútil, no respeito do seu direito a uma morte digna e conforme à sua condição de Ser Humano.»

Artigo 50.º (Morte)

«1. A decisão de pôr termo ao uso de meios extraordinários de sobrevida artificial em caso de coma irreversível, com cessação sem regresso da função cerebral, deve ser tomada em função dos mais rigorosos conhecimentos científicos disponíveis no momento e capazes de comprovar a existência de morte cerebral.»

Após leitura e reflexão do que ficou acima transcrito, elabore um pequeno texto onde expresse, no essencial, a sua opinião acerca da interdição da prática da Eutanásia, por parte dos Médicos.


Tópicos para desenvolvimento do texto

.Considera importante rever esta questão?

.Vê incompatibilidade entre a exigência máxima de respeito pela vida humana, expressa no ponto 1. do Artigo 47.º, e a prática da eutanásia?

Bom trabalho!


quarta-feira, 15 de abril de 2009

KANT

Immanuel Kant nasceu em Königsberg a 22 de Abril de 1724 e morreu também em Königsberg, a 12 de Fevereiro de 1804.
Kant foi um filósofo prussiano, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, um representante do Iluminismo, indiscutivelmente um dos seus pensadores mais influentes. Kant teve um grande impacto no Romantismo alemão e nas filosofias idealistas do século XIX, tendo esta sua faceta idealista sido um ponto de partida para Hegel.
Alguns autores consideram que Kant fez ao nível da epistemologia uma síntese entre o Racionalismo continental e a tradição empírica inglesa.
Kant é famoso sobretudo pela sua concepção conhecida como idealismo transcendental, que diz que todos nós trazemos formas e conceitos a priori, ou seja, que não necessitam de experiência, para a experiência concreta do mundo, os quais seriam de outra forma impossíveis de determinar. A filosofia da natureza e da natureza humana de Kant é historicamente uma das mais determinantes fontes do relativismo conceptual que dominou a vida intelectual do século XX. No entanto, é muito provável que Kant rejeitasse o relativismo nas suas formas contemporâneas, como por exemplo o Pós-modernismo.Kant é também conhecido pela sua filosofia moral, pela sua proposta, a primeira moderna, de uma teoria da formação do sistema solar, conhecida como a hipótese Kant-Laplace.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Páscoa Feliz!



Desejo uma Páscoa muito feliz a todos os colaboradores do nosso espaço!

Em breve, retomaremos os nossos trabalhos. Até já... :)



Imagem: pesquisa do Google

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Coaching


Coaching é um acompanhamento personalizado com fim a melhorar fraquezas e a desenvolver potencialidades.Geralmente a procura do coaching acontece quando se sente que algo não está bem ou existe algo a melhorar.(pode ser a nível pessoal, profissional, económico-financeiro, social, desportivo, etc).
Atinge várias áreas de modo a completar a nossa aprendizagem.Parece-me que é uma técnica ainda em desenvolvimento mas acho que será útil visto que o coaching tem o objectivo de nos ajudar a "crescer" e a sermos melhores em determinados pontos.

Código deontológico dos jornalistas



2- Na minha opinião acho que esses princípios são bastantes relevantes nesta profissão já que expõem outras pessoas e outras vidas, muitas vezes até demais visto que certos relatos são bastante privados.
A privacidade e a dor dos outros deve ser respeitada, assim como condenar pessoas antes de um julgamento não se deve fazer,pois logo aí não se está a ser imparcial nem a cumprir todo o código deontológico.
Na maioria das vezes o jornalismo não cumpre com o seu código de trabalho o que pode prejudicar terceiros e hoje em dia a comunicação social tem muita influência na opinião das pessoas.

Código deontológico dos jornalistas


1- O jornalista deve relatar os factos comprovados, certos, com rigor e exactidão e interpretá-los com imparcialidade e honestidade; Deve sempre ouvir todas as partes que possam ter influência no caso.
Não deve expressar a sua opinião deve limitar-se a relatar a situação e deixar as opiniões e os pensamentos para quem lê/ouve.
O jornalista deve seguir os dez pontos do seu código deontológico para realizar um bom jornalismo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Immanuel Kant

Kant nasceu em 1724, viveu e morreu em 1804 em Konigsberg, uma cidade da Prússia Oriental (Alemanha). Era filho de um humilde comerciante de descendência escocesa. Recebeu uma educação pietista (foi um movimento surgido no final do século XVII dentro do Luteranismo, como oposição à negligência da ortodoxia luterana para com a dimensão pessoal da religião. O Pietismo influenciou o surgimento de movimentos religiosos independentes de inspiração protestante). Frequentou a Universidade a partir de 1740, como estudante de filosofia e matemática. Dedicou-se ao ensino, vindo a desempenhar as funções de professor adjunto (1755-1770) e depois de professor ordinário (1770-1796) na Universidade de Konigsberg.

Kant manifestou grande simpatia pelos ideais da Independência Americana e depois da Revolução Francesa. Foi um pacifista convicto. É lendária a forma extremamente regrada como vivia. Conta-se que a população de Konigsberg acertava os relógios por ele quando passava pelas suas janelas nos seus passeios diários, sempre às 16h30.Morreu aos 80 anos.

A obra de Kant pode ser dividida em dois períodos fundamentais: o pré-crítico e o critico.

O primeiro (até 1770) corresponde à filosofia dogmática, onde é notória a influência de Leibniz e Wolf. Nesta fase realiza importantes estudos na área das ciências naturais e em particular da física de Newton. Entre as suas obras deste período, destaca-se a História Universal da Natureza e Teoria do Céu (1755), onde apresenta a célebre hipótese cosmológica da "nebulosa" para explicar a origem e evolução do nosso sistema solar.Mostra-se partidário da existência de vida em outros planetas, procura mostrar que Deus existe partindo da ordem e da beleza do universo. A partir de 1762, Kant começa a manifestar um vivo interesse pelas questões filosóficas, em especial para a crítica das faculdades do homem.

O segundo período corresponde ao despertar do "sono dogmático" provocado pelo impacto que nele teve a filosofia de Hume. Escreve então obras como a Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Critica da Faculdade de Julgar, nas quais demonstra a impossibilidade de se construir um sistema filosófico metafísico antes de ter previamente investigado as formas e os limites das nossas faculdades cognitivas.

Respondendo às questões colocadas por Hume, afirmou que todo o conhecimento começa com a experiência, mas não deriva todo da experiência. A faculdade de conhecer tem uma função activa no processo do conhecimento. Este não representa as coisas como são em si mesmas, mas sim como são para nós. A realidade em si é incognoscível, tal como Deus. Esta teoria irá permitir a Kant fundamentar o dualismo "coisa em si" e o "fenómeno" (o que nos é dado conhecer). Concepção que irá ter profundas repercussões na filosofia até aos nossos dias.

codigo deontológico dos jornalistas


As múltiplas questões suscitadas pela relação entre jornalistas e fontes de informação fazem parte das mais recorrentes preocupações desta classe profissional.
A relação entre os jornalistas e as fontes de informação é, sabido por muitos, que uma das facetas do trabalho jornalístico mais sensíveis e a questões do domínio ético, tanto mais que ela consiste, grande parte das vezes, numa relação entre duas pessoas concretas, mas com papéis e objectivos diversos
Os jornalistas portugueses regem-se por um Código Deontológico que aprovaram em 4 de Maio de 1993, numa consulta que abrangeu todos os profissionais detentores de Carteira Profissional. O texto do projecto havia sido preliminar mente discutido e aprovado em Assembleia Geral realizada em 22 de Março de 1993.
"Diário de Notícias", seguinte declaração do Sr. Presidente da República:"Os jornalistas devem procurar um novo equilíbrio, entre a justiça e os media (...) Um equilíbrio fundamental para a saúde da democracia."
Encontrei uma notícia na Internet que nas palavras do professor universitário José Rebelo, diz o seguinte:"Os jornalistas devem cultivar dentro da classe um maior respeito pelos limites da sua profissão (...) " e a notícia continua com uma informação com a qual concordo plenamente:"O trabalho precário nas redacções leva a que as questões deontológicas sejam ultrapassadas, porque andam todos à procura da notícia e os jornalistas podem acabar por sujeitar-se a todo o tipo de situações."

Coaching é dito como uma ferramenta para aumentar habilidades e produzir resultados na empresa, tendo como objectivo o sucesso dos membros de uma equipe, dirigindo os recursos precisamente para onde e para quem sejam necessários, melhorando o desempenho individual e da equipe como um todo, o que envolve crescimento e mudança de atitude e de comportamento.O coaching pode funcionar como uma forma de estímulo e acompanhamento a longo prazo adaptada às necessidades de desenvolvimento pessoal. Acompanhamento profissional de pessoas em diferente profissões e contextos.

Coaching executivo visa a capacitar executivos na sua performance e excelência pessoal e nos negócios. Assiste o executivo na identificação de metas, valores, missão e propósito da empresa no mercado. Também trabalha a clareza da sua missão pessoal e empresarial, as necessidades humanas e dos diferentes papeis vividos na empresa, na família e na sociedade.

Coaching pessoal tem como objectivo capacitar as pessoas na sua auto-realização, pelo alcance das suas metas, alinhando-as para uma vida equilibrada com seus valores, missão e propósito de vida.


IMMANUEL KANT

Königsberg, Prússia, 22 de Abril de 1724
Königsberg, 12 de Fevereiro de 1804



Filósofo alemão. Fundador da filosofia crítica.

Frases e Pensamentos de Immanuel kant
“Ciência é conhecimento organizado. Sabedoria é vida organizada.”

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”

“O homem é o único animal que precisa de trabalhar.”

“A sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir.”

“Lembre-se de esquecer...”

Notas Biográficas de Immanuel Kant
http://purl.pt/193/1/biografia00.html

sexta-feira, 27 de março de 2009

Moral e Etica.



Actividade 1

A) Função Vinculativa – está ligada a uma observação regida através de leis que um indivíduo tem de cumprir. Estas leis servem para pautar o comportamento das pessoas em grupos, associações, empresas e na relação social. Quando não são cumpridas estas ordens, existem sanções que são aplicadas para garantir o bom funcionamento do grupo, associação, etc. Estas sanções servem como exemplo para que as leis sejam cumpridas, sanções que podem chegar mesmo ao nível judicial. (exemplo: pagamento de coimas, cadeia, etc.)

Função Reguladora – Tem por base regular as acções do “Homem”, orientá-lo a agir de boa fé, de acordo com o que é suposto fazer; depende especificidade do grupo em que se está inserido mas esta função tem como objectivo ajudar o indivíduo a agir “bem” em função da nossa moral e ética. Aqui não há leis ou ordens e as sanções não são judiciais apenas quando falhamos podemos perder algo ou ser chamados à razão. Por vezes pensamos que como não temos nenhuma sanção judicial que não ficamos a perder em nada mas enganamo-nos porque se pode perder mais assim. (exemplo: perda de confiança, ausência de fidelidade, etc.)

B) Reflexão – Penso que os códigos têm um valor importantíssimo na nossa sociedade. Vêm ajudar cada indivíduo a saber o que é suposto fazer em determinadas situações, o que vem assegurar o bom comportamento e que assegura também que todos nós agiremos de boa fé para o bom funcionamento dos diversos grupos (empresas, associações, sociedades, etc.).

Através da função reguladora pautamos as nossas acções e temos alguma liberdade de escolha; através da função vinculativa cumprimos leis e ordens para o bem comum, não violando ma liberdade de ninguém.

Acho bem a aplicação de sanções, pois só assim é que asseguramos (e não por completo) que se cumpram as regras.

Finalizando, acho que os códigos deontológicos vieram ajudar e muito as pessoas a saberem estar e corresponder às expectativas dos outros.

domingo, 22 de março de 2009

Coaching

Hoje as empresas e as organizações, sobretudo as que têm como recurso principal o conhecimento, estão em mudança. O elevado nível de instrução dos profissionais faz com que os tradicionais modelos de chefia em que um mandava e o outro obedecia estejam ultrapassados. Estamos então a passar de um sistema de organizações complexas e pessoas simples, para outro de organizações simples com pessoas complexas e capazes de apostarem no seu próprio desenvolvimento com o apoio da empresa em que trabalham. Isto resulta para o bem do seu emprego actual e possíveis empregos futuros.
O “coaching” tem assim como objectivo ajudar a pessoa a revelar as suas potencialidades para desempenhar melhor as suas funções. Contribui para o autoconhecimento e auto desenvolvimento.
Pode ser comparado em certa medida à psicoterapia na medida em que esta também tem como objectivo ajudar as pessoas a encontrarem em si próprias as soluções para os seus problemas. Uma diferença importante é que normalmente as pessoas que procuram o apoio psicológico estão em sofrimento o que não acontece necessariamente com as pessoas a quem o coaching se destina.

sábado, 21 de março de 2009

Código Deontológico dos Jornalistas Portugueses.

Os jornalistas portugueses regem-se por um Código Deontológico que aprovaram em 4 de Maio de 1993, numa consulta que abrangeu todos os profissionais detentores de Carteira Profissional.


1.
O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.
2.
O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais.
3.
O jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos.
4.
O jornalista deve utilizar meios leais para obter informações, imagens ou documentos e proibir-se de abusar da boa-fé de quem quer que seja. A identificação como jornalista é a regra e outros processos só podem justificar-se por razões de incontestável interesse público.
5.
O jornalista deve assumir a responsabilidade por todos os seus trabalhos e actos profissionais, assim como promover a pronta rectificação das informações que se revelem inexactas ou falsas. O jornalista deve também recusar actos que violentem a sua consciência.
6.
O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos, excepto se o tentarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas.
7.
O jornalista deve salvaguardar a presunção da inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado. O jornalista não deve identificar, directa ou indirectamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor.
8.
O jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da cor, raça, credos, nacionalidade ou sexo.
9.
O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas.
10.
O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesses.

Noticia é um relato de um acontecimento actual e verdadeiro, com objectividade, ou seja, tratada com o máximo de rigor, não admitindo que o jornalista dê a sua opinião ou faça comentários aos factos apresentados, pois os factos devem falar por si. A notícia tem que ser capaz de despertar o interesse aos seus leitores e também tem que ser breve, sucinto e conciso.
Quanto à estrutura a noticia é composta por 3 partes:

o titulo, o lead e o corpo da notícia e segue a técnica da pirâmide invertida.
O título deve ser curto, preciso e adequado ao conteúdo do artigo e ainda pode ter antetítulo e subtítulo.O lead resume a noticia ao mesmo tempo que deve dar o máximo de informação respondendo ás seis questões: Quem?; O quê?; Quando?; Onde?; Como?; Porque?
O corpo da notícia tem como função desenvolver os temas iniciados no lead. trata-se de género jornalístico na qual o autor não se debruça directamente sobre os factos; propõe um debate de ideias e dar o seu contributo para a formação do publico em diferentes áreas.

Artigo de opinião trata-se de género jornalístico na qual o autor não se debruça directamente sobre os factos; propõe um debate de ideias e dar o seu contributo para a formação do publico em diferentes áreas.

Jornalismo e Deontologia.


O Código Deontológico do Jornalista constitui uma carta de deveres e de interdições que limitam um exercício correcto da profissão, criando condições necessárias à existência de um jornalismo de qualidade. Na actividade jornalística há inúmeras situações que estão a montante da deontologia e que remetem para uma ética profissional, quando não para um simples julgamento que revele bom senso. Mas para que esse jornalismo de qualidade seja real, o jornalista não pode simplesmente informar para cumprir a sua profissão. Ele deve ter em conta, ao pormenor os dez pontos do seu Código Deontológico, evitando assim que a imagem profissional da classe seja maculada pelo facto de alguém informar sem regras. Deve-se cingir aos factos com o maior rigor e precisão, deve comprovar esses factos, distinguir entre o que é notícia e opinião, não deverá aceitar a censura, o sensacionalismo e o plágio, deve lutar pelo acesso às fontes de informação e divulgá-las, não pode usar meios ilegais para a obtenção de informação ou imagem, deverá assumir a responsabilidade pelo seu trabalho e dar o direito de resposta, não revelar as suas fontes de informação se isso constituir grave prejuízo para as mesmas fontes, não deve julgar os arguidos intervenientes numa determinada notícia, pois isso compete aos tribunais, deve condenar veementemente qualquer tipo de discriminação, respeitar a privacidade dos cidadãos e recusar qualquer função ou benefício que possa comprometer a sua independência, o seu estatuto e a sua integridade profissional.


A complexidade da profissão de jornalista, leva na actual sociedade global a que muitas vezes a que o Código Deontológico seja muito difícil de aplicar, levando muitas vezes a litígios judiciais entre jornalistas, órgãos de comunicação social e cidadãos ou empresas.


segunda-feira, 16 de março de 2009


Carl Rogers e a Abordagem Centrada na Pessoa

(1902 - 1987)

Nascido nos EUA, em 8 de janeiro de 1902, Carl Rogers marcou não só a Psicologia Clínica, como também, a Psicoterapia, Administração – de empresas e de escolas etc. - o Aconselhamento Psicológico, Aconselhamento Pastoral, a Educação e Pedagogia, a Psicopedagogia, Orientação Educacional, assim como a Literatura, o Cinema e as Artes, de modo explícito ou implícito, consciente ou não conscientemente.
Rogers opôs-se à teoria de B.F.Skinner de que o homem nasceria como uma máquina e que a sua personalidade seria moldada pelo meio através de repetições e condicionamentos. Para Rogers todos os homens são bons na sua essência, e que todo o aprendizado deveria ser organizado no sentido do indivíduo para o meio, e não o contrário. Neste sentido, ele diz-nos:
-A Questão é saber se podemos permitir que o conhecimento se organize no e pelo indivíduo, em vez de ser organizado para o indivíduo.
Será importante referir que publicou mais de 250 artigos, cerca de 20 livros, sozinho ou em colaboração com outros autores, e foram ainda realizados cerca de 12 filmes sobre o seu trabalho, deixando um elevado número de documentos sonoros e audiovisuais que exemplificam a sua actividade.

Com 70 anos, Carl Rogers é o primeiro psicólogo americano a receber os dois maiores galardões da Associação Americana de Psicologia, tanto pelo seu contributo científico como pelo seu contributo profissional, investe cada vez mais nos últimos anos da sua vida na investigação, empenhando-se em workshops transculturais, ou de esforço pela paz e, finalmente em 1987, o seu nome faz parte do grupo das personalidades indicadas para a atribuição do prémio Nobel da Paz. Infelizmente a morte colheu-o antes, num momento em que, apesar da sua idade avançada, continuava perfeitamente lúcido.